Page 224 - Roberto Sá Menezes
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Senador Filantrópicas (CMB), o reajus-
José Serra te realizado na tabela SUS, no
período entre julho de 1994 e
Na ponta do lápis “O projeto é maio de 2015, foi de 93,66%,
Segundo dados levantados pela senadora Lú- primordial para enquanto o Índice Nacional de
Preço ao Consumidor (INPC),
cia Vânia (PSB /GO), no final de 2015 o estoque equacionar o do IBGE, teve variação de
de dívida acumulado pelas Santas Casas atingiu endividamento 413% no período. Neste mes-
R$ 21,5 bilhões. A escalada da evolução desse crescente das mo intervalo de tempo, a va-
endividamento é preocupante: dez anos antes, Santas Casas, as riação dos preços da energia
em 2005, o endividamento registrado por esses quais respondem elétrica ao consumidor foi de
hospitais era de R$ 1,8 bilhão. Em 2009, saltou por importante 962%, de água, 945%, de trans-
para R$ 5,9 bilhões e, em 2011, atingiu a cifra de porte urbano, 1.177%, e de gás
R$ 11,2 bilhões. parcela dos de cozinha, 1.025%.
atendimentos no
A análise desse endividamento revela que R$ âmbito do sistema Para ilustrar os impactos da
12 bilhões, ou seja, quase 60% representam dí- público de saúde.” defasagem da tabela do SUS
vida com o sistema financeiro. “Em sua maio- senador José Serra para as finanças das Santas
ria, trata-se de dívida nova para a rolagem de Casas, Lúcia cita que, em 2014,
dívida velha. Outros R$ 3,6 bilhões configura- (PSDB/SP) o custo dos serviços prestados
vam dívida com fornecedores, ao passo que R$ no âmbito do sistema foi de R$
2,6 bilhões, ou seja, 12% correspondiam a tribu- 24,7 bilhões. As receitas com
tos e contribuições não recolhidos.” os serviços, por sua vez, foram
de R$ 14,9 bilhões. O déficit,
De acordo com a Confederação das Santas portanto, foi de R$ 9,8 bilhões.
Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades
“As consequências do de-
sequilíbrio financeiro expe-
rimentado por essas institui-
ções são muitas, tais como
endividamento crescente,
pressão sobre os orçamentos
municipais, depreciação física
e tecnológica, baixos salários
e rotatividade, redução de lei-
tos, fechamento de hospitais,
incapacidade de respostas às
necessidades da população, ur-
gências e emergências superlo-
tadas, imagem do segmento
em risco constante, judiciali-
zação da saúde, entre outros.”

Somente em 2015, ocorre-
ram quase 40 mil demissões
nos hospitais filantrópicos.
Nos últimos cinco anos, 218
hospitais encerraram as suas
atividades ou tiveram a ges-
tão assumida por prefeituras

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