Page 226 - Roberto Sá Menezes
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IGO

UM NOVO FÔLEGO Edson Rogatti
PARA O SETOR
Presidente da Fehosp
(Federação das Santas Casas
e Hospitais Beneficentes do

Estado de São Paulo) e da
Confederação das Santas Casas
e Hospitais Filantrópicos (CMB)

No dia 11 de abril, a Co- valorização do setor, apesar por conta da enorme desva-
missão de Assuntos de todo o trabalho que reali- lorização da tabela SUS e das
Econômicos (CAE) do zamos. Somos responsáveis dívidas das entidades com os
Senado aprovou o Projeto de Lei por 56% de todo o atendi- bancos privados, que já ultra-
744/2015, que cria o PRÓ-SAN- mento SUS no país e ainda passam os R$ 22 bilhões.
TAS CASAS, um programa de 63% das internações de alta
auxílio financeiro que concede complexidade, 59% dos trans- A aprovação deste projeto é
duas linhas de crédito para as plantes e 69% das cirurgias muito importante para o setor
entidades filantrópicas, uma de oncológicas. Além disso, em filantrópico, que necessita ur-
reestruturação patrimonial e muitos Estados brasileiros, gentemente de um fôlego para
outra de capital de giro. somos a única opção de aten- sobreviver. Ainda mais diante
dimento gratuito à população. do cenário atual em que mui-
Esta primeira aprovação da tas pessoas perderam seus em-
PL reflete a força do nosso se- Como falta o reconheci- pregos e, com isso, seus planos
tor, que unido pode alcançar o mento, temos que argumentar de saúde, fazendo com que o
reconhecimento merecido. Fo- sempre com as autoridades. SUS inchasse ainda mais.
ram dias em contato com os se- Em um Brasil ideal, as discus-
nadores, buscando apoio para o sões não seriam necessárias Com a PL 744/2015, o gover-
projeto. Reuniões, telefonemas se cada parlamentar pudesse no vai disponibilizar até dois
e muitos argumentos para mos- perceber a dimensão do nosso R$ 2 bilhões, durante cinco
trar ás autoridades a importân- trabalho e o quanto somos pri- anos, e as entidades terão que
cia deste novo financiamento. mordiais para o cumprimento apresentar um plano de refor-
da Constituição, que garante ma administrativa, a ser im-
As Federações de Santas Ca- saúde pública gratuita a todos plementado em até dois anos,
sas e Hospitais filantrópicos do os brasileiros e estrangeiros para receberem o benefício.
país se uniram e mostraram naturalizados.
que não há ganho sem esforço. Os R$ 2 bilhões investidos
Agora, o projeto segue para a Mas se é desta forma que por ano durante o período da
Câmara dos Deputados e nos- precisamos agir para sanar proposta, nas 2.100 entidades
sa luta será retomada, nossas o problema do subfinancia- filantrópicas espalhadas pelo
discussões e contatos com os mento, é assim que vamos Brasil, não é a solução, mas
parlamentares serão feitos, seguir. Não podemos esperar já é um começo. Desta vitó-
tudo para conseguimos garan- um reconhecimento. Todos ria, que pode parecer peque-
tir um atendimento médico de já conhecem nossa realidade: na para alguns, mas é enor-
qualidade para a população. nossos hospitais vivem o risco me para o setor filantrópico,
diário de parar suas atividades tiramos a lição de que sim, a
Infelizmente, ainda não há união realmente faz a força. H

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