Page 162 - Healthcare Management - Edição 53
P. 162
IGO
Pró-Santas Casas precisa sair do papel
E m setembro de 2017
foi sancionada a Lei po, nossas entidades ‘deram um jeito’.
13.479/17, que criou um Mesmo com a falta de verbas, elas bus-
programa de crédito sub- caram desenvolver ações de captação
sidiado, visando à supe- de recursos e contavam com as doa-
ções da sociedade.
ração da crise financeira das Santas Desde 2015, no entanto, com a crise
Casas de Misericórdia e outras insti- econômica e política, muitos brasilei-
tuições filantrópicas que atendem o ros perderam sua renda e não pude-
SUS (Pró-Santas Casas). ram mais nos ajudar. A redução das
Com o programa, as entidades pu- doações aliada ao aumento no número
deram ter esperança de que a falta de de pessoas que passou a contar com
verbas e dívidas pudessem ser ameni- o SUS fizeram com que as contas das
zadas, uma vez que o texto previa duas Santas Casas e dos hospitais filantró-
linhas de crédito em bancos oficiais, to- picos chegassem ao fundo do poço.
talizando R$ 10 bilhões, que seriam li- Nós fizemos tudo que era possível,
berados entre 2018 e 2022. Os recursos mas agora precisamos deste financia-
deveriam ser usados na reestruturação mento; sem ele não vamos sobreviver.
patrimonial das instituições em crise No início de abril, estive em Brasília
ou no incremento do capital de giro. e, ao lado de parlamentares da Frente
No entanto, sete meses se passaram Parlamentar de Apoio às Santas Ca-
desde a oficialização do programa e sas, Federações estaduais e represen-
nenhum recurso foi liberado paras as tantes de hospitais sem fins lucrativos,
entidades. Falta regulamentação. clamamos por ajuda. As autoridades
As linhas de crédito não são a so- se comprometeram a regulamentar a
lução para os hospitais, mas dão fô- matéria e incluir os recursos necessá-
lego às instituições. As Santas Casas rios para a viabilização do Programa.
realizam quase a metade de todos os Esperamos que não sejam necessá-
atendimentos públicos no Brasil e, por rios mais sete meses para, enfim, ter-
isso, qualquer tipo de projeto é essen- mos acesso ao Pró-Santas Casas. Não
cial para cada uma das entidades que queremos fechar mais hospitais, nem
há mais de 13 anos não recebem uma reduzir o volume de atendimento.
remuneração adequada por parte do Ressalto ainda que esta medida não
Sistema Único de Saúde. resolve todos os problemas, porque
Esses meses de atraso podem não ser pegar novos empréstimos bancários,
muito para o Governo, mas para o se- mesmo que a juros especiais, não sana
tor filantrópico esse tempo parece ser as nossas dificuldades, apenas ameni-
de anos. Afinal, os pacientes não dei- za. E reforço: além deste importante
xam de ficar doentes e os custos dos financiamento, também precisamos
equipamentos e materiais não deixam de dinheiro novo.
de aumentar. Que os próximos meses do ano se-
Nós honramos os nossos compro- jam de mais alívio para a saúde pú-
missos financeiros e de atendimento blica do Brasil e, consequentemente,
e o mínimo que esperamos é que a para os brasileiros que necessitam, EDSON ROGATTI
União também cumpra aquilo que foi mais do que nunca, de tranquilidade Diretor-presidente da Federação das Santas
prometido, que é lei. Por muito tem- e cuidados. Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de
São Paulo
162 healthcaremanagement.com.br | edição 53 | HEALTHCARE Management
Pró-Santas Casas precisa sair do papel
E m setembro de 2017
foi sancionada a Lei po, nossas entidades ‘deram um jeito’.
13.479/17, que criou um Mesmo com a falta de verbas, elas bus-
programa de crédito sub- caram desenvolver ações de captação
sidiado, visando à supe- de recursos e contavam com as doa-
ções da sociedade.
ração da crise financeira das Santas Desde 2015, no entanto, com a crise
Casas de Misericórdia e outras insti- econômica e política, muitos brasilei-
tuições filantrópicas que atendem o ros perderam sua renda e não pude-
SUS (Pró-Santas Casas). ram mais nos ajudar. A redução das
Com o programa, as entidades pu- doações aliada ao aumento no número
deram ter esperança de que a falta de de pessoas que passou a contar com
verbas e dívidas pudessem ser ameni- o SUS fizeram com que as contas das
zadas, uma vez que o texto previa duas Santas Casas e dos hospitais filantró-
linhas de crédito em bancos oficiais, to- picos chegassem ao fundo do poço.
talizando R$ 10 bilhões, que seriam li- Nós fizemos tudo que era possível,
berados entre 2018 e 2022. Os recursos mas agora precisamos deste financia-
deveriam ser usados na reestruturação mento; sem ele não vamos sobreviver.
patrimonial das instituições em crise No início de abril, estive em Brasília
ou no incremento do capital de giro. e, ao lado de parlamentares da Frente
No entanto, sete meses se passaram Parlamentar de Apoio às Santas Ca-
desde a oficialização do programa e sas, Federações estaduais e represen-
nenhum recurso foi liberado paras as tantes de hospitais sem fins lucrativos,
entidades. Falta regulamentação. clamamos por ajuda. As autoridades
As linhas de crédito não são a so- se comprometeram a regulamentar a
lução para os hospitais, mas dão fô- matéria e incluir os recursos necessá-
lego às instituições. As Santas Casas rios para a viabilização do Programa.
realizam quase a metade de todos os Esperamos que não sejam necessá-
atendimentos públicos no Brasil e, por rios mais sete meses para, enfim, ter-
isso, qualquer tipo de projeto é essen- mos acesso ao Pró-Santas Casas. Não
cial para cada uma das entidades que queremos fechar mais hospitais, nem
há mais de 13 anos não recebem uma reduzir o volume de atendimento.
remuneração adequada por parte do Ressalto ainda que esta medida não
Sistema Único de Saúde. resolve todos os problemas, porque
Esses meses de atraso podem não ser pegar novos empréstimos bancários,
muito para o Governo, mas para o se- mesmo que a juros especiais, não sana
tor filantrópico esse tempo parece ser as nossas dificuldades, apenas ameni-
de anos. Afinal, os pacientes não dei- za. E reforço: além deste importante
xam de ficar doentes e os custos dos financiamento, também precisamos
equipamentos e materiais não deixam de dinheiro novo.
de aumentar. Que os próximos meses do ano se-
Nós honramos os nossos compro- jam de mais alívio para a saúde pú-
missos financeiros e de atendimento blica do Brasil e, consequentemente,
e o mínimo que esperamos é que a para os brasileiros que necessitam, EDSON ROGATTI
União também cumpra aquilo que foi mais do que nunca, de tranquilidade Diretor-presidente da Federação das Santas
prometido, que é lei. Por muito tem- e cuidados. Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de
São Paulo
162 healthcaremanagement.com.br | edição 53 | HEALTHCARE Management