Page 122 - Grupo Mídia - 10 Anos
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SIÊ

aumento superior a 1000%. Aqui “Temos juros Opções para geração
no Complexo Pequeno Príncipe a altíssimos e de caixa
correção de salários foi maior que desproporcionais às
500%. A conta absolutamente não demandas básicas As decisões tomadas pelo
fecha e isto inviabiliza a oferta de do país. Parte Pequeno Príncipe e que estão
qualidade crescente.” do dinheiro que surtindo efeito positivo foram
deveria ir para a pensadas para a captação de
Ricardo Englert, diretor-finan- saúde, alimenta o recursos junto à comunidade
ceiro da Santa Casa de Misericór- sistema financeiro. e outras opções para a geração
dia de Porto Alegre, acredita que Este passivo e seu de caixa, como o ensino. “Para
limitar o gasto ao crescimento círculo vicioso, captar recursos, viramos uma
da receita faz sentido ao longo do antigo e perverso, ‘usina de projetos’ e nos estru-
tempo, pois isso permite que se co- só se resolverá com turamos. Com os resultados,
loque as contas em dia. “O Brasil uma grande revisão superamos o déficit gerado pelo
não tem mais espaço para aumento na estrutura da SUS e bancamos as pesquisas.
da carga tributária, e, se a União remuneração, o que Depois, os investimentos foram
está gastando mais do que arre- se dará se tivermos coerentes com nossa cultura in-
cada, deve se limitar para atingir boa política.” terna e promoveram plena con-
o equilíbrio. Tendo equilíbrio no José Álvaro Carneiro, vergência estratégica.”
orçamento, o país tende a crescer diretor-corporativo
mais, gerando mais receita. Mas, do Complexo A Instituição também aposta
em linhas gerais, isto preocupa o Pequeno Príncipe em importantes parcerias. Exem-
segmento filantrópico.” plo disso é com o Children’s Hos-
pital, de Pittsburgh, EUA, sobre o
A Santa Casa de Porto Alegre, por programa de Telemedicina inter
exemplo, por ser um hospital filan- UTI’s com robô de telepresença
trópico, enfrenta diariamente uma em beira de leito.
dupla realidade: atendimento via
SUS (55%) e por convênios (48%). A Instituição também está
Para este ano, a Instituição prevê se preparando para o início de
dificuldade em ambos os setores. uma nova caminhada: a medi-
cina personalizada. O pontapé
“Na área que atende pacientes inicial será a inauguração, ain-
de convênios e particulares, preve- da neste primeiro semestre,
mos a continuidade da crise que se do Laboratório Genômico que
instaurou no país há cerca de dois permitirá grandes avanços no
anos, embora com alguns sinais de diagnóstico precoce. “A gestão
melhoria para este ano. Isso afeta da informação via aplicativos
diretamente o atendimento pelo e o acesso facilitado à opinião
SUS, que passou a receber esta par- médica, portanto, o empode-
cela da população em seu sistema. ramento do paciente, deverão
Além disso, no segmento privado se expandir excepcionalmen-
temos alguns desafios no que diz te. Apostamos neste caminho
respeito à negociação de tabela de há 10 anos em nosso Institu-
preços com as operadoras, o que to de Pesquisas e estamos em
torna esta tarefa bastante impac- sintonia com a oportunidade
tante em nossa sustentabilidade”, para poder usufruí-la”, afir-
explica Englert. ma Carneiro.

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