Page 23 - Mudar é Difícil, porém não Mudar é Fatal
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Apesar de não termos estes nú- “Hoje, temos uma inovadora voltada aos inúme-
meros oficiais no Brasil, pode- consciência maior sobre ros tipos de deficiência auditi-
mos estimar que essa também va, provendo treinamento aos
seria a realidade brasileira”. os problemas visuais profissionais de Saúde Audi-
e seus prejuízos. Na tiva para utilização adequada
Stern ainda acrescenta que questão da audição, é desta tecnologia e assistência
o diagnóstico e o tratamento necessário o mesmo técnica em âmbito nacional.
precoce são fundamentais para tipo de educação”
manter o profissional adulto no Ainda segundo Pedro Stern, a
mercado de trabalho e preve- Pedro Stern parceria entre os setores indus-
nir o aparecimento de outras trial e público traz boas pers-
doenças, como a depressão e a pectivas. “A indústria está co-
demência. “Com o aumento da laborando com o Ministério da
idade média dos brasileiros, a Saúde, por meio da ABIMED,
população está apta a trabalhar no aperfeiçoamento dos pro-
até a terceira idade. Desta for- cessos do Programa Nacional
ma, é necessário que o sistema de Atenção à Saúde Auditiva. O
de saúde esteja atento a doenças resultado das reuniões da As-
como a perda auditiva”, afirma. sociação com o Ministério tem
sido motivador”, finaliza. H
O potencial da tecnologia
O argumento da EHIMA é Política pública

que melhoria da qualidade de Para reduzir os impactos da doença, o Brasil conta com
vida dos deficientes auditivos e um Programa Nacional de Atenção à Saúde Auditiva,
redução dos custos sociais com que prevê a doação de aparelhos auditivos, implantes
a doença demandam investi- cocleares e sistemas de comunicação sem fio.
mentos nos aparelhos auditi- “O Programa de Saúde Auditiva do SUS é muito avan-
vos e tecnologias relacionadas, çado, tem trazido benefícios extraordinários à popula-
além de esforços para a detec- ção e deve não só ser mantido, mas expandido. O nível
ção e a intervenção precoce. técnico de Audiologia praticado no país também está
equiparado aos países mais avançados. O desafio está
Com os aparelhos e implantes na gestão destes recursos financeiros, estratégicos e
cocleares, os deficientes auditivos técnicos. A gestão do Programa junto às instituições
teriam condições de viver mais credenciadas precisa ser aperfeiçoada para otimizar a
e melhor. Além disso, seriam re- utilização dos recursos financeiros aplicados pelo go-
duzidas as taxas de desemprego verno”, comenta Stern.
e aposentadoria entre essa po- O diretor salienta, no entanto, que a política pública
pulação. Já o aparecimento de ainda é desconhecida por grande parte da população e
doenças como a depressão e a não tem musculatura para atender a demanda. “Apesar
demência poderia ser evitado em de ser um programa de grande alcance, nos últimos
muitos casos. Consequentemen- dois anos, há uma percepção de que as filas de espera
te, os gastos governamentais com aumentaram nas clínicas e instituições que trabalham
a perda auditiva, de modo geral, com o Programa, eventualmente reflexo da atual crise
seriam minimizados. econômica”, destaca.

Na visão de Pedro Stern, o
papel da indústria nacional é
oferecer tecnologia adequada e
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